O Sapateado Americano (Tap Dance) se trata de uma arte visual e sonora, que faz música com os pés no instrumento proposto (sapatos com chapinhas). O objetivo é não apenas dançar corporalmente, mas também produzir música percussiva e levar ao público uma proposta multissensorial e criativa.
Quando pensamos no sapateado americano, o imaginário popular remete aos musicais da Broadway, aos personagens icônicos como Fred Astaire, Gene Kelly e Ginger Rogers, vestindo trajes elegantes e sapatos com chapinhas de metal em cenários deslumbrantes dos filmes hollywoodianos. No entanto, a história do tap vem sendo amplamente debatida no contexto mundial ao reivindicar suas origens afrodiaspóricas, não como meras ilustrações de manifestações africanas escravizadas mas como comprovações de uma sabedoria ancestral presente em cada corpo que foi “retirado com violência” do continente africano em direção às Américas do século XVI ao XVIII, mas já anteriormente sendo expatriados pelos portugueses desde o ano de 1441 como elemento de sua expansão comercial nacional.
A música marca interdependência com a dança e a evolução do jazz, blues, be-bop, entre outros, e influencia a performance dos sapateadores. Aliados aos avanços tecnológicos dos meios de comunicação televisiva e entretenimento do cinema, bem como a facilidade através da internet posteriormente, essa arte foi para além dos Estados Unidos. Métodos, simbologias e códigos de passos foram se estruturando com metodologias e nomenclaturas. Flaps, shuffle, ball-changes e outros passos se tornam vocabulário universal no ensino-aprendizagem dessa técnica no mundo todo, inclusive no Brasil, onde os sapateadores executam técnicas para produzir sons com os pés, sejam pés descalços, com chinelos, com tamancos, usando botas ou sapatos de couro em diversas manifestações culturais brasileiras. Com a multiplicidade de danças do nosso país, o sapateado tap dance acompanha a história dessas danças, multiplicando seus formatos de região por região, reagindo a influências externas, somando ao seu “gingado criativo percussivo”, fazendo música nas multi manifestações brasileiras musicais e corporais